Don´t Ever Let it End

“A escrita é um mundo onde eu descarrego as minhas energias” Isabella Santos nasceu em Abrantes no 26 de Agosto no ano de 1992, estuda na Escola Secundária Dr. Solano de Abreu onde segue a vertente de Línguas e Humanidades. Com apenas 14 anos começou a escrever pequenos romances e, agora, com 19 anos vê editado o seu primeiro romance, “7Véus”, uma estória de amor, que se passa na Arábia Saudita, entre Ahmet e Naadirah. Quando escreve sente o que a personagem sente, se, na estória, a personagem chora ou ri, ela sente tristeza ou alegria, talvez porque vai escrevendo os romances consoante os seus dias. Quando estes são tristes, escreve estórias dramáticas, quando está mais feliz escreve comédias e cenas mais divertidas. Neste momento o seu livro já está disponível on-line, tanto em Portugal como no Brasil. Na Pastelaria Stúdios Editora e na Editora Faces, respectivamente. Quer seguir Vídeo e Cinema Documental em Abrantes, e no futuro gostaria de continuar na literatura, mas também no mundo do cinema, e quiçá, em Hollywood. Foram 200 livros impressos, e a apresentação do livro será na biblioteca da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, no dia 12 de Abril, pelas 15:00. Fica o convite feito.

Desde que idade é que escreves estórias? Desde pequenina que na minha mente faço estórias, lembro-me de estar num quarto, que era uma sala que a minha mãe tinha, e pensava que estava a fazer um teatro, estava a falar sozinha, mas assim escrever a sério é desde os 14 anos. Essas estórias que escreves desde pequena são contos, biografias…? São romances, ficção, terror, comédia… Onde é que estão essas estórias, já pensaste em publicá-las? Sim, eu já tenho 4 obras terminadas, mas continuo a escrever. Tenho 18 começadas mas não tenho tempo para acabar tudo ao mesmo tempo, e então vou escrevendo conforme os dias, conforme eu me sinto. Se eu estiver mais triste se calhar escrevo uma estória mais dramática, se eu estiver mais contente escrevo uma que tenha mais comédia.

De onde vem a tua inspiração? A inspiração tanto pode vir de música, de imagens, dos famosos. Já aconteceu estar na disciplina de História e ver uma imagem de umas escadas e daí vir uma inspiração para uma estória, um romance. Quando escreves pedes conselhos a alguém? Não, conselhos eu não peço. Às vezes penso numa ideia e pergunto o que acham e se é bom, mas as pessoas dizem que a escrita é minha e por isso eu é que sei.

O que sentes quando escreves? Quando escrevo, sinto o que escrevo. Se a personagem está a chorar ou a sorrir, eu sou capaz de chorar ou sorrir com ela. Uma vez eu estava a escrever uma cena no “7Véus” em que o Ahmet apertou o pescoço de uma outra personagem e eu senti alguém a apertar o meu pescoço. Obviamente foi a minha imaginação, mas é uma demonstração daquilo que acontece. “7Véus” é o teu primeiro livro? Sim, é o primeiro. E espero que seja o primeiro de muitos. Antes de o propores a uma editora, deste a alguém para ler? Sim, tenho duas amigas que leem praticamente tudo aquilo que escrevo. A Maria e a Rita. A Maria é mais velha do que eu, já tem duas meninas. Ela gosta muito de ler as minhas estórias, mas eu também aceito críticas delas, se elas disserem que não gostam disto ou daquilo, é bom para mim porque é construtivo.

De que trata o livro, “7Véus”? O livro é um romance que se passa na Arábia Saudita, entre uma rapariga, que é a Naadirah e um rapaz, o Ahmet. Ela não quer casar, mas ele quer. Quando eles se conhecem pela primeira vez ele apaixona-se logo. Para escreveres esse romance pesquisaste sobre nomes, sítios? Para os nomes das personagens, vou a sites de nomes de bebes na página de nomes Árabes, neste caso, depois pesquiso e quando eu estou a pensar numa personagem, há sempre um nome que me atrai, que caracteriza a personagem. Tens algum ritual ou costume antes de começares a escrever? Quase sempre a música é obrigatória. Por exemplo, um cantor que me inspirou para esta obra, o Tarkan, tinha sempre de ouvir a mesma música, quando escrevia o “7Véus”. Parecia que a história e a imaginação não evoluíam se não houvesse a música por trás. Foi difícil fazer com que “7Véus” fosse aceite por uma editora? Não, não foi difícil. Eu contactei mais de 20 editoras, e muitas delas já nem existiam. Mas elas aceitavam, o meu problema era ter um contrato que fosse bom para ambras as partes, ou seja, que eu não saísse prejudicada, nem a editora, até que encontrei esta, finalmente!

Sim, porque tinhas que pagar as tiragens não era? Sim, foi uma coisa que eu aprendi, porque eu pensava que os escritores não pagavam nada, mas não, nós temos que pagar sempre, em todas as obras que nós publiquemos temos que dar sempre uma ajuda. O nome “7Véus” foi o que pensaste logo de início ou pensaste noutros? Sim porque eu, nesta estória inspirei-me nas danças dos “7Véus”, uma dança Árabe, que significa os 7 sacres e os 7 planetas e então eu acho que é muito espiritual, e no meio da estória há la um pequeno desvio para a dança dos “7Véus”. Disseram-me para eu ver de outro nome, porque este não era apelativo, eu tentei mas não consegui, não me vinha mais nada que encaixa-se tão bem como “7Véus”.

Como te sentes em relação ao teu livro já estar à venda no Brasil? Eu sinto-me muito feliz, porque eu sabia que esta editora tinha uma parceria com a editora do Brasil, mas a editora também teve que ler o livro para aceitar e então eu estava um bocadinho com medo que ela não aceitasse, que não gostassem, mas aceitou e eu estou muito contente.

Já recebeste críticas positivas ou negativas? Não, eu ainda não recebi. Recebi apenas críticas da Teresa, da Maria e da Rita. Foram boas. A minha mãe começou a ler aqui há dias, eu estava super nervosa, não sabia o que é que ela ia dizer, mas ela diz que está a gostar muito. Mas críticas vou receber de certeza, das boas e das más.

Quando é que vai ser a apresentação do livro “7Véus”? Vai ser no dia 12 de Abril a partir 15 horas na escola Secundária Dr. Solano de Abreu.

Esperas muita gente? Sim, vai lá estar imensa gente. Vais já estar preparada para a comunicação social que lá para te fazer perguntas? Sim, muitas pessoas têm dúvidas, já me começaram a perguntar. Mas eu digo sempre, para me perguntarem no dia da apresentação, porque depois já sabem e já não me vão perguntar.

Tens ideia de quando é que os livros vão estar a venda nas lojas? Eu acho que deve ser depois do dia 12, mas ainda não sei onde. São 200 livros para o país e espero que esgote.

Como foi a reacção da tua família? A minha família no início não ligou muito. Nunca me pediram para ler nem perguntavam do que se tratava. Mas depois, quando começou a ficar sério, deram-me muito apoio, todo o apoio do mundo. Se não fosse a minha família, talvez tivesse desistido a meio. Houve muitas intrigas entre pessoas que considerava amigas, não da família, mas da escola, e a minha família sempre me incentivou a continuar e não ligar ao que os outros dizem.

Para quem ainda não leu o teu livro o que tens a dizer sobre ele para que o leem? É muito divertido, eu acho que os jovens precisam de ler mais porque está-se a perder um bocadinho a ideia de os jovens lerem e terem esse hábito. É uma estória divertida com uma linguagem jovial.

Andas a escrever mais alguma coisa? Sim, eu tenho 18 estórias começadas. Mas neste momento, aquela que eu mais escrevo, durante mais tempo é o “Fama”, trata-se mesmo da fama, os famosos e assim.

Quanto tempo passas/gastas a escrever? Depende. Posso passar um dia inteiro, sem interromper, ou então, passo semanas sem tocar na escrita. Por vezes estou duas/três semanas sem escrever, mas continuo a imaginar na minha mente, chegando a um dia que passo 5/6 horas a escrever tudo o que acumulei nessas semanas.

Quais são as tuas influências na literatura? Sinceramente pouco me inspiro em literatura, é sem dúvida muito mais em cinema e televisão. Nunca consigo ler muito, não que ache aborrecido, porque a leitura é tão boa quando o acto da escrita, mas porque depois apetece-me logo pegar nas minhas estórias e escrever. Não lhe chamo inspiração, penso que em vez de gastar o tempo a ler prefiro gastá-lo a escrever.

O que achas da literatura portuguesa? A literatura portuguesa é boa, mas eu acho que precisamos de escritores novos, jovens que escrevam e que atraiam os jovens à leitura, porque a maioria dos nossos escritores são mais velhos. Nós precisamos mesmo de pessoas novas, da nova geração que escreva para poder chamar os jovens a ler, para não ser aquela escrita pesada, que é aborrecida, como por exemplo eu, que tenho que ler obras para a escola, acho que algumas são aborrecidas

Queres continuar no ramo da literatura? Sim, pretendo continuar, até porque para mim a escrita é um mundo onde eu descarrego as minhas energias, tanto positivas como negativas. Mas eu também gostava, de um dia mais tarde, talvez, poder abrir uma editora e ajudar novos escritores como também me ajudaram a entrar neste ramo.

Estás no 12º ano, o que é que pretendes fazer depois de o acabares? Eu pretendo entrar no curso de cinema, Vídeo e Cinema Documental aqui em Abrantes, é mesmo o que eu quero.

O que queres fazer dentro desse curso, profissionalmente? Eu gostava muito, ou de argumentista ou directora de filmes porque, para mim, quando eu estou a escrever as minhas estórias eu imagino-as. Na minha mente é como se fosse um filme, então eu gostaria imenso de fazer filmes com as estórias que eu crio, acho que seria interessante.

Qual é o teu livro preferido? O meu livro preferido é o “Segredo”, porque é aquele tipo de livro que dá esperança às pessoas, que nós podemos ter aquilo que quisermos se tivermos fé. Não a fé em Deus nem nada disso, mas sim aquela fé que temos em nós próprios, e crença que nós podemos fazer e ter aquilo que queremos.

Qual é o teu género literário preferido? Eu gosto muito de romance, e de comédia. Acho que são assim os do topo, mas também ficção e terror. Mas é difícil de escrever, tanto terror como policiais.

Mas gostarias de escrever policiais? Sim, eu tenho uma que é policial, mas vai muito parada porque ainda não tenho a experiência. Ainda é o meu primeiro livro, mas eu quero muito conseguir escrever aquele também.

Qual é o teu autor preferido? O meu autor preferido é o Dan Brown, porque dois dos livros que ele escreveu que foram “Anjos e Demónios” e “Código da Vinci” viraram filmes, então eu tenho isso talvez como uma margem daquilo que eu quero atingir, fazer os filmes dos livros que escrevo.

Qual é o teu maior sonho? Obvio que eu desejo saúde e dinheiro para toda a gente! Mas assim um sonho que eu tenho mesmo, é de conhecer os meus artistas favoritos.

Como por exemplo? O Johnny Depp, o Tarkan que é um cantor que nasceu na Alemanha mas vive na Turquia. Ele foi conhecido há uns anos pela música Kiss Kiss cá em Portugal e também já cá veio. Ele tem musicas Árabes das danças dos “7Véus”. Foi ele que me inspirou muito para escrever o “7Véus”. E depois outros actores.

Como é que caracterizas a tua geração? A minha geração poderia ser um bocadinho melhor, porque por exemplo os cantores e actores. Hoje em dia já não é como antigamente, onde as pessoas estudavam para poderem ser actores ou atrizes e tinham que ter os estudos. Hoje em dia não, as pessoas entram na televisão com uma facilidade, se eles forem modelos vão para a televisão, acho que isso é muito mau, influencia as crianças, as meninas de 12 anos. Elas querem ter beleza e menos cultura e eu acho que a cultura é essencial e acho também que a minha geração poderia ser mais culta. Falas muito no cinema, em actores e actrizes, e como já disseste gostavas de trabalhar em cinema, em Portugal ou lá fora? Eu gostaria de trabalhar em Portugal, no começo, mas se eu conseguisse crescer gostavas de chegar a Hollywood. Gostarias de trabalhar com alguém em especial em Hollywood? Sim, em especial, sim, com um dos melhores. Eu pretendo chegar lá, não sei se consigo mas vou fazer de tudo! Com que escritor português gostarias de passar uma tarde? Fernando Pessoa, porque para mim é mesmo o melhor, uma pessoa conseguir fazer tudo o que ele fez, criar heterónimos e caligrafias diferentes para cada um deles, para mim é excepcional.